sexta-feira, 23 de maio de 2008

Noite



Encerro-me no sopro da esperada morte,
O enclavinhar pelo teu edénico grito
A emulação que me carregas em ti
Tu, noite, que diariamente te revisito

Eufóricos decadentes que aparentam a força
Enquanto resto-me do teu ímpio desprezo
Por os que minam a nobreza do teu sossego,
Daqueles que ignoram o precioso conselho

Vós, senhora, que docemente trucidas a luz
que fustigas o pavoroso "Ai" dos caídos
Que tranquilizas o novato que vive no cárcere
E libertas o sofoco do desejado libertar da raça

Quero em mim o teu pulsar,
o impulsivo pugnar pelo que o é falso,
Tu que representas a certa e justa verdade
Para os que nao acreditam na hipocrisia do dia

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Natural Despedida



Na esquina da erosiva tremura
da débil metáfora que eras
do volátil e desmedido pudor que criavas,
Não podia tresandar mais do teu culto

Não, não podia...
Não podia exceder o triste beijo;
Esquecias-te da natureza minha
do animal que versava a erótica impressão

Porque da turbulenta e absurda hora
nascia a farta e indefida, a rica questão,
o cajado que surgia do monte
e docemente levava à desejada crispação

A música que entoavas era perfeita
Mas escolheste o fácil caminho. Eu fiquei.
Fiquei porque preferiste o rotineiro caos
enquanto buscava a simples razão

Agora despeço-me por instantes
Enquanto vives do tédio do contencioso passado
E tu sabes...O poeta que contagia a frase
Não é igual ao homem que te traz como despesa

Se soubesses a absoluta proximidade que sinto
Aquando te visito a todo o instante
Por momentos acreditas? Nesta veracidade que dito?
A todo o cenário que crias incessantemente?

Sim acredita...Mas no limiar de toda a meditação
No momento em que o tempo exala da razão
Eu peço-me desculpa...
Tudo porque não te poderia "amar"

Eu não te posso amar...Ninguém pode.
Quem to afirma isso mente;
Pediria que eu te amasse mais que a mim
E isso seria viciar a humana razão

Simultaneamente prostrar-me-ei a ti, ao deus
E esperarei por ti, pela moderação do prazer
que me translucidavas em ti; e enquanto
não chega o diletante momento, digo-te adeus.