quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Encontro de reticências...

Um dia, meu só meu...
Olhei,
Despertei,
Beijei,
Amei,
Sonhei...

Mas afinal, era tudo tão real,
como qualquer coisa real...
Recordei,
Levei,
Chorei,
Adorei,
E no fim...
Acordei

E morri...
Na traseunte de toda a presunção abstracta,
na idiotia de qualquer vivência,
tão ridículo e banal
como qualquer coisa.
Tão decadente!...

Desejo desprezá-la
(... e revivê-la)

sábado, 18 de outubro de 2008

Lisbon Revisited (2008)



À semelhança d'ontem,
também hoje desprezo o tudo - e o nada

Já tive o poder outrora,
nestas mãos de poeira...
Mas que poder?
Que moral há para dizer que tive a força
Enquanto descobria a fraqueza
que me encobria da luz de todos os fins?!

Desconheço o que é o saber,
a fatalidade das ciências que tudo presumem,
o futuro, o passado, o presente...
Qualquer coisa elas presumem;
inúteis as ciências- como o tudo e o nada

(Mas como vou saber eu das ciências,
que me fazem perder a cabeça,
Se nem eu me conheço a mim?!
Mais vale saborear com Baco
do que ouvir o conluio dessas profecias...)

Por fim,
Revejo-te Lisboa minha
A ti e a mim,
tão decadentes como sempre...
E no alto, em que me fundia contigo,
Cidade onde revisito das tuas muralhas
e vejo lá ao longe,
onde as pessoas já não te pertencem,
o meu coração para lá do pôr do sol.

Redigimos letras e futuros
e gravámos na memória o cheiro da nossa partida
Quando eu era estrangeiro em ti
Descia pelo véu do Tejo
E partira para o meu destino

Mas que destino é o meu?
Nada me prende a nada,
nem o meu próprio destino
Apenas levo-te a ti,
Lisboa minha...