quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Memórias do tempo



No tempo que não podia fazer espera
No instante em que diluímos todas as vontades,
E partimos...

Nas paredes onde soprava o vento
que nos dava o fim das tréguas,
Onde gastávamos tudo o que não era em vão
e assediávamos o que nos era só a nós, desejado,
Só a nós...

Era a soberba que nos cobria como únicos,
e na arrogância do toque
Que esse tempo jamais poderia levar -
Porque tudo era tão real
como eu desejara ser, alguma vez, real

E com o gesto provocaste
o apagar de todas as minhas vivências,
a moral, o simples respeito pelas memórias.
Mas continuaria a pedir esmolas ao tempo...

(Não era isso que queria!)

Quis presenciar verdadeiro tempo
(aquele que não nos exige as esmolas das lágrimas)
e conhecer tudo o que de belo existia,
e estavas lá...
Insultei os velhos, os doentes, os fracos,
a mim próprio
Mas descubri-te...

E parti sem ti