sexta-feira, 13 de março de 2009

Arte deliberada em não querer pensar



No baptismo da manhã primaveril
ao sabor do violão,
e do som nostálgico do absinto das letras
forçara-me sobre algo,
a rasurar qualquer apologia,
simbioses entre o que parecia ser belo,
(sinónimos de luxo,
que me suportavam à transcendência)
e relações de poder em que podia divagar;
O sofrimeto, o amor, a morte:
podia espezinhar qualquer tormento pensativo.

Mas nunca pensei sobre a morte - nunca quis:
já era caro pensar, demasiado caro...
Talvez seja a (única) verdade que temos - a morte
Já o afirmara o senhor do País Possível

Ao menos não a tenho de tributar como troca de algo;
Quero acreditar nessa profecia,
não quero outra

Mas se gasto os suores desta manhã liberal,
que acrescenta intelecto, ao ego frio,
e escraviza o carácter,
Não estarei já a moderar a reflexão na morte?

(Silêncio)

Já não desejo escrever
A manhã soalheira virou tarde de desculpas
Já não quero poder na retórica deste pensamento,
É caro, muito caro, a morte
(a verdade)