tag:blogger.com,1999:blog-74933127850375248262024-03-08T17:48:17.926+00:00O BLOG DO COCAS-------------"OS POETAS SÃO IMPÚDICOS PARA COM AS SUAS VIVÊNCIAS: EXPLORAM-NAS"----------José Alveshttp://www.blogger.com/profile/06564367582496446704noreply@blogger.comBlogger29125tag:blogger.com,1999:blog-7493312785037524826.post-2476424727206782822010-09-14T11:48:00.002+01:002010-09-14T11:54:16.476+01:00Um verbo vazio e brancoExiste uma euforia no vazio, e<div>O poema é palidamente colorido.</div><div>A raiva emancipa-se do verbo</div><div>Vazio e branco,</div><div>Como a besta que ruge,</div><div>ainda aprisionada.</div><div><br /></div><div>Existem felizes e agoniantes,</div><div>coloridos sem cor</div><div>saberes falsos</div><div>Existem mistos de nada saber.</div><div><br /></div><div>O que resta?</div><div>O dia a dia burocrático</div>José Alveshttp://www.blogger.com/profile/06564367582496446704noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7493312785037524826.post-74879341501159585332010-07-18T13:01:00.002+01:002010-07-18T13:07:15.068+01:00Auto-Biografia dum homem carentePasso os dias a retratar-me em letras, <div>- talvez demasiados dias para aquilo que sou.</div><div><br /></div><div>Sou apenas aquilo que sou:</div><div>Nada mais.</div><div><br /></div><div>Tudo é demasiado rápido e confuso,</div><div>menos as minhas letras:</div><div>elas deixam-me ser apenas o ser.</div><div><br /></div><div>Sou feito de hipérboles e versos metafóricos,</div><div>tentativas de rasgos de moralidade</div><div>lancetados pela razão.</div><div><br /></div><div>Tudo é demasiado sufocante.</div><div>Aquilo que sou?</div><div>As minhas letras o escrevem</div>José Alveshttp://www.blogger.com/profile/06564367582496446704noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7493312785037524826.post-6726379575163107302009-11-01T12:36:00.004+00:002009-12-06T12:37:05.817+00:00Sleepless Heart<object width="425" height="344"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/vCj5HaH_u1A&hl=pt-br&fs=1&"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/vCj5HaH_u1A&hl=pt-br&fs=1&" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="425" height="344"></embed></object><br /><br /><br />Hoje, só hoje<br />(o melhor será dizer todos os dias)<br />revivo, no teu último deserto,<br />ainda, aquilo que eras.<br /><br />Perdeste, nas searas alentejanas,<br />das casas brancas (as da verdade),<br />e dos montes amarelos<br />de pelas enrugadas pelo trabalho,<br />a sintonia do coração.<br /><br />Desejara, um dia, ter sido contigo,<br />mas, como em tudo humano, que acaba,<br />já não havia o brilho - <br />daquele que houve, lembras?<br />Mas teve de acabar...<br />O amor é decadente (tu sabes)<br />como qualquer coisa mundana,<br />(embora te pense, ainda, <br />com algum brilho que, porventura, restou -<br />como o nosso Alentejo).<br /><br />E sabes porque acabou, meu amor?<br />porque insistimos no <em>ainda</em>,<br />quando no primeiro roçar de lábios<br />tudo vacilou, resvalou...<br />(qualquer sinónimo que queiras).<br />Esse foi o nosso mal:<br />alimentámos o <em>ainda</em> tormentoso,<br />na esperança de dizermos palavras de veludo,<br />e elevarmos os rituais de gestos rudes...José Alveshttp://www.blogger.com/profile/06564367582496446704noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-7493312785037524826.post-88445359951754135932009-06-17T19:52:00.007+01:002009-09-07T11:41:37.521+01:00Valsa dos 5 tempos<object width="425" height="344"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/okd3hLlvvLw&hl=pt-br&fs=1&"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/okd3hLlvvLw&hl=pt-br&fs=1&" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="425" height="344"></embed></object><br /><br /><br />Imagina<br />Quando o sol se esconde atrás do serrado<br />e atravessamos a ponte que calca o rio,<br />o violino dos sonhos,<br />e os animais mugindo pela dor dos serrados...<br />Imaginas?<br /><br />E o mudo poeta, <br />que serra as montanhas<br />e silenciosamente se livra do ser,<br />do saber, dos instrumentos?<br />Imaginas?<br /><br />Não imagines.<br />As utopias são noites de mentiras <br />para quem sonha,<br />São valsas dos cinco tempos que se perpetuam<br />e fazem doer do vazio sem face,<br />até ao acordar do mais ingénuo dos seres<br />que atravessa os sons do desespero...José Alveshttp://www.blogger.com/profile/06564367582496446704noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7493312785037524826.post-42659682231727183982009-04-23T15:02:00.012+01:002009-09-07T11:47:19.631+01:00Perdido, mas encontrei-te<object width="425" height="344"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/fwGHQ6WyQFU&hl=pt-br&fs=1"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/fwGHQ6WyQFU&hl=pt-br&fs=1" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="425" height="344"></embed></object><br /><br />Perdido<br />nos campos de trigo,<br />acompanhado pelos sóis <br />que embebiam no difundir da tua imagem, <br />e,<br />enquanto sentada, sentias a espuma do mar...<br /><br />E eu?, <br />via-me envolto em grandeza,<br />por ver a tua cerca aberta<br />que provocava o ócio,<br />por te ver a girar em rodopios de sabores,<br />de sorrisos, de alegrias, de tristezas até...<br /><br />Mas tu, <br />tornavas os problemas em aventuras<br />e celebravas com o mar a mestria,<br />enquanto podia subir à minha galé<br />e deitado, saborear-vos (só a vós)<br />nessa vossa harmónica agitação.<br /><br />Fui perdido outrora;<br />O mar que hoje saboreias <br />tornou-se desleal, <br />e perdi-o...<br />Mas hoje veio ter contigo,<br />Não deixes que ele fuja<br />(é o pedido que te faço)<br /><br />Não deixes que fuja,<br />porque não poderei mais,<br />sentir o perfume dele (e o teu)<br /><br />Vem comigo, <br />para que possamos repousar, em ti,<br />e jantarmos ao sabor deste <em>mar</em> <br />só nossoJosé Alveshttp://www.blogger.com/profile/06564367582496446704noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7493312785037524826.post-3591320924097787282009-03-13T17:33:00.016+00:002009-05-30T17:51:34.248+01:00Arte deliberada em não querer pensar<object width="425" height="344"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/HcFT4NviLiY&hl=pt-br&fs=1"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/HcFT4NviLiY&hl=pt-br&fs=1" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="425" height="344"></embed></object><br /><br />No baptismo da manhã primaveril<br />ao sabor do violão,<br />e do som nostálgico do absinto das letras<br />forçara-me sobre algo,<br />a rasurar qualquer apologia,<br />simbioses entre o que parecia ser belo,<br />(sinónimos de luxo, <br />que me suportavam à transcendência)<br />e relações de poder em que podia divagar;<br />O sofrimeto, o amor, a morte:<br />podia espezinhar qualquer tormento pensativo.<br /><br />Mas nunca pensei sobre a morte - nunca quis:<br />já era caro pensar, demasiado caro...<br />Talvez seja a (única) verdade que temos - a morte<br />Já o afirmara o senhor do <em>País Possível</em> <br /><br />Ao menos não a tenho de tributar como troca de algo;<br />Quero acreditar nessa profecia, <br />não quero outra<br /><br />Mas se gasto os suores desta manhã liberal,<br />que acrescenta intelecto, ao ego frio,<br />e escraviza o carácter,<br />Não estarei já a moderar a reflexão na morte?<br /><br />(<em>Silêncio</em>)<br /><br />Já não desejo escrever<br />A manhã soalheira virou tarde de desculpas<br />Já não quero poder na retórica deste pensamento,<br />É caro, muito caro, a morte <br />(<em>a verdade</em>)José Alveshttp://www.blogger.com/profile/06564367582496446704noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7493312785037524826.post-28063998336696958922009-01-20T11:18:00.009+00:002009-05-30T17:57:15.118+01:00Lusa saudade...<object width="425" height="344"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/34KF_UzrwAY&hl=pt-br&fs=1"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/34KF_UzrwAY&hl=pt-br&fs=1" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="425" height="344"></embed></object><br /><br />Jazia onde o cânon me impedira <br />de assentar a caneta no muro lacustre<br />e me proibia matizar as lembranças<br />da cidade dos cheiros e dos sabores, <br />esquecida pelos homens,<br />que saqueavam a sua prudência...<br /><br />Mas tinha de voltar às minhas origens...<br /><br />O sintoma jacobino da elite<br />que forçara a romper a carapaça <br />do que alguma vez tinha (e desejava ter) sido,<br />e voltei, assim, no barco a vapor que fumegava<br />o iníquo da minha alma para me transformar<br />no simples ser que vagueia ao sabor da maresia.<br /><br />Já sentia, Lisboa nossa, a saudade<br />(Irónico o termo... a saudade é só nossa;<br />Nem pertence à elite inglesa (<em>astuta</em>)<br />que presunçosamente sabe de tudo)<br /><br />Regressei à tua miséria, <br />Como lacaio que vem saborear o verde do poder...<br />(Essa era a minha saudade):<br />Terra lusa, casa da minha saudade, <br />tive de regressar a ti;<br />Já não aguentava mais o sangue<br />que subia a garganta pelo desespero,<br />pelo medo animalesco que me lancetava,<br />por sentir a tua falta (a tua saudade)<br /><br />Voltei. Estamos juntos de novo;<br />O renovar do desejo soturno,<br />que devolvia o necessário silêncio,<br />para escrever nas tuas paredes<br />as poesias líricas, que exaltavam<br />o sigiloso sentido que me fazia envolver contigo,<br />terra minha, lavrada da estrumeira dos altos,<br />onde só em ti encontrava a minha saudade...José Alveshttp://www.blogger.com/profile/06564367582496446704noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7493312785037524826.post-40925392423275001322009-01-06T18:52:00.007+00:002009-05-30T17:59:52.576+01:00Canção à mãe<object width="425" height="344"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/tNwQeedQfZE&hl=pt-br&fs=1"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/tNwQeedQfZE&hl=pt-br&fs=1" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="425" height="344"></embed></object><br />No recanto sórdido do meu espaço,<br />Guardado de ti,<br />Por toda aquela biblioteca do saber<br /><br />Favorecias, como parte de ti,<br />a razão do ser que só a mim pertencia...<br />O sofismo que rodavas no pensamento<br />para ser parte da tua projecção no masculino<br /><br />Seria justo o sufoco, <br />por não quereres ambicionar mais?<br />(Mas que posso, eu, divagar sobre o justo...?)<br /><br />Bem sei da nossa corcunda agitação.<br />E sei que merecias - talvez também eu merecia...<br /><br />Descobri todas as questões do ser - ou não,<br />mas ergui-me do meu cadeirão burocrático, por ti<br />e limitaste-me dos numerosos senhores sem razão:<br />Obrigado,<br />Mas não podia, senhora,<br />Ficar apenas erguido, enquanto te deixava<br />Sozinha, sem mim, fazeres o meu puzzle<br />E levares-me o desejo teu (não meu),<br />Febril, orgulhoso, um desejo de fé...<br />de tudo aquilo que querias que fosse por ti<br /><br />São árduas as linhas que te esboço.<br />É tarde. <br />As palavras escorrem pelos cantos dos olhos;<br />Frias que são, mas justas.<br />Ninguém disse, deusa da fecundidade, que seria fácil,<br />Mas tinha de ser...<br /><br />Já não têm os números, os rostos, as vivências<br />Mais nada para nos dar,<br />E por isso tu sabes que tenho de partir.<br />Partir sem ti, <br />Como realmente tu e nós queremos,<br />e deixarmos de ser rascunhos de vidas opiadas<br />Pelo negro do que éramos outrora.<br />Mas agora tenho mesmo de partir...<br /><br />Partir para as estrelas...José Alveshttp://www.blogger.com/profile/06564367582496446704noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7493312785037524826.post-80176828824020514942008-11-19T18:47:00.010+00:002009-05-30T18:11:08.766+01:00Memórias do tempo<object width="425" height="344"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/idd_92ajjwY&hl=pt-br&fs=1"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/idd_92ajjwY&hl=pt-br&fs=1" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="425" height="344"></embed></object><br /><br />No tempo que não podia fazer espera<br />No instante em que diluímos todas as vontades,<br />E partimos...<br /><br />Nas paredes onde soprava o vento<br />que nos dava o fim das tréguas,<br />Onde gastávamos tudo o que não era em vão<br />e assediávamos o que nos era só a nós, desejado,<br />Só a nós...<br /><br />Era a soberba que nos cobria como únicos,<br />e na arrogância do toque <br />Que esse tempo jamais poderia levar -<br />Porque tudo era tão real<br />como eu desejara ser, alguma vez, real<br /><br />E com o gesto provocaste<br />o apagar de todas as minhas vivências,<br />a moral, o simples respeito pelas memórias.<br />Mas continuaria a pedir esmolas ao tempo...<br /><br />(Não era isso que queria!) <br /><br />Quis presenciar verdadeiro tempo<br />(aquele que não nos exige as esmolas das lágrimas)<br />e conhecer tudo o que de belo existia,<br />e estavas lá...<br />Insultei os velhos, os doentes, os fracos,<br />a mim próprio<br />Mas descubri-te...<br /><br />E parti sem tiJosé Alveshttp://www.blogger.com/profile/06564367582496446704noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7493312785037524826.post-88193781564052385722008-10-23T09:27:00.003+01:002008-10-23T09:33:28.208+01:00Encontro de reticências...Um dia, meu só meu...<br />Olhei,<br />Despertei,<br />Beijei,<br />Amei,<br />Sonhei...<br /><br />Mas afinal, era tudo tão real,<br />como qualquer coisa real...<br />Recordei,<br />Levei,<br />Chorei,<br />Adorei,<br />E no fim...<br />Acordei<br /><br />E morri...<br />Na traseunte de toda a presunção abstracta,<br />na idiotia de qualquer vivência,<br />tão ridículo e banal<br />como qualquer coisa.<br />Tão decadente!...<br /><br />Desejo desprezá-la<br />(... e revivê-la)José Alveshttp://www.blogger.com/profile/06564367582496446704noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7493312785037524826.post-62233941283114078272008-10-18T21:14:00.007+01:002009-05-30T18:13:59.794+01:00Lisbon Revisited (2008)<object width="425" height="344"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/p7HW2NKmKlY&hl=pt-br&fs=1"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/p7HW2NKmKlY&hl=pt-br&fs=1" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="425" height="344"></embed></object><br /><br />À semelhança d'ontem,<br />também hoje desprezo o tudo - e o nada<br /><br />Já tive o poder outrora, <br />nestas mãos de poeira...<br />Mas que poder?<br />Que moral há para dizer que tive a força<br />Enquanto descobria a fraqueza<br />que me encobria da luz de todos os fins?!<br /><br />Desconheço o que é o saber,<br />a fatalidade das ciências que tudo presumem,<br />o futuro, o passado, o presente...<br />Qualquer coisa elas presumem;<br />inúteis as ciências- como o tudo e o nada<br /><br />(Mas como vou saber eu das ciências, <br />que me fazem perder a cabeça,<br />Se nem eu me conheço a mim?! <br />Mais vale saborear com Baco<br />do que ouvir o conluio dessas profecias...)<br /><br />Por fim,<br />Revejo-te Lisboa minha<br />A ti e a mim,<br />tão decadentes como sempre...<br />E no alto, em que me fundia contigo,<br />Cidade onde revisito das tuas muralhas<br />e vejo lá ao longe,<br />onde as pessoas já não te pertencem,<br />o meu coração para lá do pôr do sol.<br /><br />Redigimos letras e futuros<br />e gravámos na memória o cheiro da nossa partida<br />Quando eu era estrangeiro em ti <br />Descia pelo véu do Tejo<br />E partira para o meu destino<br /><br />Mas que destino é o meu?<br />Nada me prende a nada, <br />nem o meu próprio destino<br />Apenas levo-te a ti,<br />Lisboa minha...José Alveshttp://www.blogger.com/profile/06564367582496446704noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7493312785037524826.post-82468268860660959652008-09-29T23:01:00.004+01:002009-05-30T18:17:54.947+01:00O ridículo do poeta<object width="425" height="344"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/q5Pnx_C84oA&hl=pt-br&fs=1"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/q5Pnx_C84oA&hl=pt-br&fs=1" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="425" height="344"></embed></object><br /><br />Inúmeras as vezes<br />que corremos atrás das pequenas poças,<br />de água no topo do abismo<br /><br />E tantas outras foram as vezes <br />que roçamos a pele na perseguição do célebre<br /><br />E o silêncio meu amor? O Silêncio?<br />O recatado delito<br />Na nossa flutuação<br /><br />E quando me tornavas sóbrio <br />no seio da tua intimidade?<br />Sim sóbrio- talvez ridículo, <br />no meu mais íntimo do ridículo<br /><br />Mas porquê contigo? <br />Com essa tua alma efémera?<br />O porquê de todas as memoráveis danças<br />que fazias elevar este poeta - Esta carcaça <br />das letras e dos sentidos<br /><br />Porquê? Existia algum porquê?<br />Alguma resposta?<br />Talvez haveria - há<br />mas o tempo é doente na resposta<br /><br />Sei que ia contigo;<br />Ainda vou<br />Vou para aquele, nosso refúgio;<br />Sinto-o contra mim e vejo-te ali<br />Em todos os desejos sobrepostos<br /><br />Que mais posso desejar?José Alveshttp://www.blogger.com/profile/06564367582496446704noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7493312785037524826.post-68999593380183077872008-09-16T18:36:00.006+01:002009-05-30T18:19:06.265+01:00A história do mendigo do ChiadoSobre a calçada preta,<br />tu gritavas,<br />e gemias no erotismo do beijo;<br />E quando escapavas,<br />pelo exotismo das ruelas,<br />da poesia do toque<br />todas as verdades piedosas dançavam,<br />e bailavam por entre a valsa do alívio,<br />porque se afastavam de mim <br />as tormentas do ser amado<br />Não por aquilo que esperava-mos eu ser<br />Mas sim, por apesar do que era;<br />E assim <br />Todo este conto que me fazia mendigar<br />era o mais sincero dos diários<br />que fazia exultar o teu, todo, instanteJosé Alveshttp://www.blogger.com/profile/06564367582496446704noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7493312785037524826.post-87035133699863018142008-09-07T17:22:00.007+01:002008-09-08T21:31:54.974+01:00O profeta de NietzschePastor que procureis no trigo <br /> que geravas do caos? <br />Ceifar o que há do saber e do <br /> conspurcar pelo que é digno?<br /><br />Mas que saber existe<br />para a natureza do homem?<br /> É preciso ser...<br />Ser <em>o animal</em>José Alveshttp://www.blogger.com/profile/06564367582496446704noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7493312785037524826.post-84081062195997856192008-08-08T17:11:00.003+01:002009-05-30T18:36:00.877+01:00O Lavrador da cidadeNa génese tertuliana da vida na cidade, <br />onde não podiam pertencer os privados da razão<br />protegidos pelas trincheiras do mito profetizado<br />do proeminente desertor que aspirava ao nada,<br />todo o barafustar pousava no exumar da ideia<br />e extinguia-se no parasitismo da pólis,<br />que louvava o pacial disfarce do bem,<br /><br />E por momentos, o lavrador ensinava ao aristocrata<br />que o tropel oriundo do adorado sufista intelectual<br />conduzia a toda a pústula da sociedade<br />onde não cabia a elonquência do puritanismoJosé Alveshttp://www.blogger.com/profile/06564367582496446704noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7493312785037524826.post-42260042066361093312008-08-06T13:54:00.006+01:002009-05-30T18:37:28.385+01:00O pensador do OlimpoNo Olimpo, <br />onde senhores saboreavam do discurso coerente<br />e manipulavam os gentios no real jogo do xadrez,<br />Constrangiam o defluir do pensador<br />que questionava qualquer metáfora abstracta <br />e que provocava o acordar dos fiéis<br /><br />O homem, <br />fiel da religião do ressentimento<br />Que desposjava do necessário pensamento<br />Adulterado pela génese filológica dos semideuses<br />confluía para o caminho dos sacrifícios,<br />O caminho dos escravos em direcção à Roma do Nada<br /><br />Porém, <br />o animal que serenava do ateísmo da palavra,<br />zumbia por entre o iluminismo do pensamento<br />e mantinha-se sóbrio ao assédio do discurso incoerente.<br />Assim ía o pensador do Olimpo, amigo de Narciso, <br />o pensamento que devolvia ao escravo a sua liberdadeJosé Alveshttp://www.blogger.com/profile/06564367582496446704noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7493312785037524826.post-36902867931419670372008-07-18T10:02:00.005+01:002008-12-24T23:38:46.186+00:00Metamorfose de carácter<object width="425" height="344"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/T1Q6WPhsSug&hl=pt-br&fs=1"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/T1Q6WPhsSug&hl=pt-br&fs=1" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="425" height="344"></embed></object><br /><br />Na chegada da insónia, do manco dedilhar do piano<br />do despiciendo acto do destronar da pausa <br />para o condenável concurso do pensar;<br />O devaneio que devolve ao mancebo a diástole da ideia<br />a fuga de toda a ambiguidade do sentir,<br />a diáspora do morganático carácter,<br />da melodia sedenta que cai no esquecimento do pretexto<br />E assim, através da mutilação das duas caras<br />A barca elegia por entre a ortodoxia do rio,<br />e do liberal da imensidade que se perpectuava<br />e latia do rugido dos ventos que laureavam a inocuidade<br />a ingeniudade que bramia da translúcida perífrase <br />numa falhada tentativa de alimentar toda a ignorância<br />das naus que oravam para que a foz fosse o final da filosofiaJosé Alveshttp://www.blogger.com/profile/06564367582496446704noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7493312785037524826.post-76386256142076262492008-07-09T10:08:00.003+01:002008-07-09T10:56:23.781+01:00Mísero texto prosaicoCom o bafejar do acre, do sedento odor,<br />Que se adensava por entre a meritocracia,<br />Que jaz do terreno murado e adsorvente de capital;<br />Pelo mísero adjectivo que pensava ser<br />todo o expoente máximo da escrita poética<br />resumia-me em voltas num inútil esforço<br />que levava à teológica e rimática prosa,<br />Porque, não queria humilhar a palavra,<br />daqueles que a usam para versar o instante,<br />todo o tosco sentimento que falaciosamente sentiam,<br />numa tentativa desesperada de vangloriar todo o inato<br />toda a rotina do banal que não interessa a alguém<br />nem às senhoras que rugem do decote da palavra;<br />Por isso, cinjo-me à ortodoxia dos deuses,<br />que como eu, respiravam da cigarrilha, <br />do sinónimo do mísero texto prosaico e, que no fim<br />resolviam a busílis de toda a promessa verbalJosé Alveshttp://www.blogger.com/profile/06564367582496446704noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7493312785037524826.post-73465605074119820232008-05-23T10:29:00.007+01:002008-12-24T23:44:10.682+00:00Noite<object width="425" height="344"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/xXX1A0YtLK4&hl=pt-br&fs=1"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/xXX1A0YtLK4&hl=pt-br&fs=1" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="425" height="344"></embed></object><br /><br />Encerro-me no sopro da esperada morte,<br />O enclavinhar pelo teu edénico grito<br />A emulação que me carregas em ti<br />Tu, noite, que diariamente te revisito<br /><br />Eufóricos decadentes que aparentam a força<br />Enquanto resto-me do teu ímpio desprezo<br />Por os que minam a nobreza do teu sossego,<br />Daqueles que ignoram o precioso conselho<br /><br />Vós, senhora, que docemente trucidas a luz<br />que fustigas o pavoroso "Ai" dos caídos<br />Que tranquilizas o novato que vive no cárcere<br />E libertas o sofoco do desejado libertar da raça<br /><br />Quero em mim o teu pulsar,<br />o impulsivo pugnar pelo que o é falso,<br />Tu que representas a certa e justa verdade <br />Para os que nao acreditam na hipocrisia do diaJosé Alveshttp://www.blogger.com/profile/06564367582496446704noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7493312785037524826.post-68017293238849173522008-05-07T23:52:00.008+01:002008-12-24T23:27:03.499+00:00Natural Despedida<object width="425" height="344"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/hNjw-E003OQ&hl=pt-br&fs=1"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/hNjw-E003OQ&hl=pt-br&fs=1" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="425" height="344"></embed></object><br /><br />Na esquina da erosiva tremura<br />da débil metáfora que eras<br />do volátil e desmedido pudor que criavas,<br />Não podia tresandar mais do teu culto<br /><br />Não, não podia...<br />Não podia exceder o triste beijo;<br />Esquecias-te da natureza minha<br />do animal que versava a erótica impressão<br /><br />Porque da turbulenta e absurda hora<br />nascia a farta e indefida, a rica questão,<br />o cajado que surgia do monte<br />e docemente levava à desejada crispação<br /><br />A música que entoavas era perfeita<br />Mas escolheste o fácil caminho. Eu fiquei.<br />Fiquei porque preferiste o rotineiro caos<br />enquanto buscava a simples razão<br /><br />Agora despeço-me por instantes<br />Enquanto vives do tédio do contencioso passado<br />E tu sabes...O poeta que contagia a frase<br />Não é igual ao homem que te traz como despesa<br /><br />Se soubesses a absoluta proximidade que sinto<br />Aquando te visito a todo o instante<br />Por momentos acreditas? Nesta veracidade que dito?<br />A todo o cenário que crias incessantemente?<br /><br />Sim acredita...Mas no limiar de toda a meditação<br />No momento em que o tempo exala da razão<br />Eu peço-me desculpa...<br />Tudo porque não te poderia "amar"<br /><br />Eu não te posso amar...Ninguém pode.<br />Quem to afirma isso mente;<br />Pediria que eu te amasse mais que a mim<br />E isso seria viciar a humana razão<br /><br />Simultaneamente prostrar-me-ei a ti, ao deus<br />E esperarei por ti, pela moderação do prazer<br />que me translucidavas em ti; e enquanto<br />não chega o diletante momento, digo-te adeus.José Alveshttp://www.blogger.com/profile/06564367582496446704noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7493312785037524826.post-69977210760118856292008-04-29T10:59:00.007+01:002008-12-24T23:33:53.446+00:00Ode ao enorme lago<object width="425" height="344"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/XMknoqO6-1U&hl=pt-br&fs=1"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/XMknoqO6-1U&hl=pt-br&fs=1" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="425" height="344"></embed></object><br /><br />Oh imensidade que manejas a cidadela,<br />que guardas sem meandros adversos conselhos<br />que emancipas o desejado éter da razão<br />Embala-me no enleio do teu sossego<br /><br />Oh azul que ouves o pouso da riqueza,<br />do recosto do enorme génio que descansa<br />dos afeiçoados que veneram o teu esplendor;<br />Vejo esse nosso acre modo de viver...<br /><br />Oh mar que gritas o ensurdecedor do adeus<br />enquanto caminho no teu delicado adarve<br />Tu que esperas o meu embarque pelo ilustre,<br />Pela acalmia que causas quando te enfureces<br /><br />Oh enorme lago que desvaneces em mim a tua espuma<br />que fazes relembrar todos os sopros da memória,<br />Deixa sentir o forte, o cruel, o feliz festim<br />Que acalenta comigo o anseio da poderosa mão<br /><br />Guarda nesse profundo vazio o enorme respeito<br />toda a crispação da esfera do vergonhoso refém<br />que nos prende a vontade do usar do poder,<br />e que entusiasmas até o mais estéril dos homens...José Alveshttp://www.blogger.com/profile/06564367582496446704noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7493312785037524826.post-3008830547148687252008-04-17T18:41:00.005+01:002008-08-06T12:45:26.184+01:00RecordaçãoNesse muro do brilhante granito,<br />Da obsolenta varanda que adormece,<br />Espreito aquele doce e inocente modo...<br />Todo esse retrato a preto e branco<br /><br />Olho para a gaveta da enorme frase;<br />Nela recordo todo o teu prazer sensual,<br />O encanto da alma, as delícias do coração,<br />O deslumbre da mera desordem que provocavas<br /><br />Através daquele sorriso que se diluia<br />Recordo agora o tão delicado olhar; <br />Toda aquela esfera de perfeição<br />Que me fazia despeitar do mundano...<br /><br />Vivo da tua perfeita recordação,<br />Do tão desejado abrir da janela,<br />Da abrastacta e cómoda sensação<br />que me fazia crescer para ti...José Alveshttp://www.blogger.com/profile/06564367582496446704noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-7493312785037524826.post-9782988488216417722008-04-10T22:52:00.004+01:002008-09-29T21:49:11.010+01:00SilêncioEntro como espectador da própria escrita;<br />O instante, a vírgula, toda a sensação<br />Que impõe a representação das horas vagas<br /><br />Deixo todo o ideal ascético, toda a moral<br />Lutarem pela platónica, subjectiva verdade<br />Enquanto disfruto do prazer do estoicismo;<br />Esta mísera condição de felicidade<br /><br />Assisto à maestria do infinito movimento<br />O cintilar da tranquilidade da alma,<br />Toda a assimilação da bela, da perfeita dança,<br />leva à dissipada hora do esquecimento<br /><br />Debruçar-me-ei sobre essa pobre mesa;<br />A interpelação que o tempo<br />me suplica a outras e tão desejadas vivências ,<br />O rosto da mera satisfação do poder<br />da enorme rejeição pela vivência mundana,<br />E que só agora o imperativo relógio<br />me abre a porta à cor do feliz silêncioJosé Alveshttp://www.blogger.com/profile/06564367582496446704noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7493312785037524826.post-25035796955528973832008-04-06T18:33:00.005+01:002008-12-24T23:32:03.931+00:00Pedido<object width="425" height="344"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/A8tsYJxdvEk&hl=pt-br&fs=1"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/A8tsYJxdvEk&hl=pt-br&fs=1" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="425" height="344"></embed></object><br /><br />Tento descobrir o que é este desejo<br />Todo o argumento que desvenda o mistério;<br />basta olhar para o teu pequeno retrato<br />para tremer como um mero inocente<br />da sensação a que chamámos de perfeita<br /><br />Esta névoa está corrompida<br />pelo sentimento que te apelido;<br />Beija, abraça, sorri-me simplesmente<br />Qualquer pedido parece decadente<br />Mas satisfaz-me esta minha tua necessidade<br /><br />Deixa-me sentir só mais um instante<br />esse teu justo e sincero olhar<br />Leva-me ao estado em que aguardarei<br />todo o enorme segundo em prazer,<br />Traz contigo a roubada alegria<br /><br />Traz contigo a minha descoberta<br />O tão enorme desejo de cumplicidade<br />Suporta-me nesse teu doce modo...<br />Faz-me renascer para o teu respeito<br />Para o teu ego, para a tua simplicidade<br /><br />Para o teu amor...José Alveshttp://www.blogger.com/profile/06564367582496446704noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-7493312785037524826.post-14600838252797875132008-04-03T19:26:00.003+01:002008-04-15T10:30:18.271+01:00A verdadeInsiro-me na metafísica do culto<br />Através da preversão do sacerdote<br />Compro a tão desejada verdade<br />Mas o que é a verdade?<br />É o tal amor escondido no oculto?<br /><br />Quando o meu <em>Fédon</em> se questiona<br />A que se predestina a vida do Homem<br />Encontro a soberba pretensão do Anticristo<br />O niilismo e o dogma aliam-se<br />Para servir o pequeno deus do homem<br /><br />Quanto mais me consumo em busca da verdade<br />sinto-me enojado da servidão à fé<br />O Homem tem de sofrer, martirizar-se<br />pois o perfeito ente criado pela rectidão<br />castiga, faz sofrer aquele que se ama a si<br /><br />O saber, o conhecimento, a leitura<br />batalha para a pobre verdade<br />O dogma enraiza-se na fraca mente<br />Simplesmente o Homem tem de ter a doença<br />para alcançar a mentira da plenitudeJosé Alveshttp://www.blogger.com/profile/06564367582496446704noreply@blogger.com1