segunda-feira, 29 de setembro de 2008

O ridículo do poeta



Inúmeras as vezes
que corremos atrás das pequenas poças,
de água no topo do abismo

E tantas outras foram as vezes
que roçamos a pele na perseguição do célebre

E o silêncio meu amor? O Silêncio?
O recatado delito
Na nossa flutuação

E quando me tornavas sóbrio
no seio da tua intimidade?
Sim sóbrio- talvez ridículo,
no meu mais íntimo do ridículo

Mas porquê contigo?
Com essa tua alma efémera?
O porquê de todas as memoráveis danças
que fazias elevar este poeta - Esta carcaça
das letras e dos sentidos

Porquê? Existia algum porquê?
Alguma resposta?
Talvez haveria - há
mas o tempo é doente na resposta

Sei que ia contigo;
Ainda vou
Vou para aquele, nosso refúgio;
Sinto-o contra mim e vejo-te ali
Em todos os desejos sobrepostos

Que mais posso desejar?

1 comentário:

leal maria disse...

está cada vez melhor a tua poesia!!
eu espartilho-me na rima porque gosto da sua musicalidade! mas gosto de ler os poemas assim.