Hoje, só hoje (o melhor será dizer todos os dias) revivo, no teu último deserto, ainda, aquilo que eras.
Perdeste, nas searas alentejanas, das casas brancas (as da verdade), e dos montes amarelos de pelas enrugadas pelo trabalho, a sintonia do coração.
Desejara, um dia, ter sido contigo, mas, como em tudo humano, que acaba, já não havia o brilho - daquele que houve, lembras? Mas teve de acabar... O amor é decadente (tu sabes) como qualquer coisa mundana, (embora te pense, ainda, com algum brilho que, porventura, restou - como o nosso Alentejo).
E sabes porque acabou, meu amor? porque insistimos no ainda, quando no primeiro roçar de lábios tudo vacilou, resvalou... (qualquer sinónimo que queiras). Esse foi o nosso mal: alimentámos o ainda tormentoso, na esperança de dizermos palavras de veludo, e elevarmos os rituais de gestos rudes...
Imagina Quando o sol se esconde atrás do serrado e atravessamos a ponte que calca o rio, o violino dos sonhos, e os animais mugindo pela dor dos serrados... Imaginas?
E o mudo poeta, que serra as montanhas e silenciosamente se livra do ser, do saber, dos instrumentos? Imaginas?
Não imagines. As utopias são noites de mentiras para quem sonha, São valsas dos cinco tempos que se perpetuam e fazem doer do vazio sem face, até ao acordar do mais ingénuo dos seres que atravessa os sons do desespero...
Perdido nos campos de trigo, acompanhado pelos sóis que embebiam no difundir da tua imagem, e, enquanto sentada, sentias a espuma do mar...
E eu?, via-me envolto em grandeza, por ver a tua cerca aberta que provocava o ócio, por te ver a girar em rodopios de sabores, de sorrisos, de alegrias, de tristezas até...
Mas tu, tornavas os problemas em aventuras e celebravas com o mar a mestria, enquanto podia subir à minha galé e deitado, saborear-vos (só a vós) nessa vossa harmónica agitação.
Fui perdido outrora; O mar que hoje saboreias tornou-se desleal, e perdi-o... Mas hoje veio ter contigo, Não deixes que ele fuja (é o pedido que te faço)
Não deixes que fuja, porque não poderei mais, sentir o perfume dele (e o teu)
Vem comigo, para que possamos repousar, em ti, e jantarmos ao sabor deste mar só nosso
No baptismo da manhã primaveril ao sabor do violão, e do som nostálgico do absinto das letras forçara-me sobre algo, a rasurar qualquer apologia, simbioses entre o que parecia ser belo, (sinónimos de luxo, que me suportavam à transcendência) e relações de poder em que podia divagar; O sofrimeto, o amor, a morte: podia espezinhar qualquer tormento pensativo.
Mas nunca pensei sobre a morte - nunca quis: já era caro pensar, demasiado caro... Talvez seja a (única) verdade que temos - a morte Já o afirmara o senhor do País Possível
Ao menos não a tenho de tributar como troca de algo; Quero acreditar nessa profecia, não quero outra
Mas se gasto os suores desta manhã liberal, que acrescenta intelecto, ao ego frio, e escraviza o carácter, Não estarei já a moderar a reflexão na morte?
(Silêncio)
Já não desejo escrever A manhã soalheira virou tarde de desculpas Já não quero poder na retórica deste pensamento, É caro, muito caro, a morte (a verdade)
Jazia onde o cânon me impedira de assentar a caneta no muro lacustre e me proibia matizar as lembranças da cidade dos cheiros e dos sabores, esquecida pelos homens, que saqueavam a sua prudência...
Mas tinha de voltar às minhas origens...
O sintoma jacobino da elite que forçara a romper a carapaça do que alguma vez tinha (e desejava ter) sido, e voltei, assim, no barco a vapor que fumegava o iníquo da minha alma para me transformar no simples ser que vagueia ao sabor da maresia.
Já sentia, Lisboa nossa, a saudade (Irónico o termo... a saudade é só nossa; Nem pertence à elite inglesa (astuta) que presunçosamente sabe de tudo)
Regressei à tua miséria, Como lacaio que vem saborear o verde do poder... (Essa era a minha saudade): Terra lusa, casa da minha saudade, tive de regressar a ti; Já não aguentava mais o sangue que subia a garganta pelo desespero, pelo medo animalesco que me lancetava, por sentir a tua falta (a tua saudade)
Voltei. Estamos juntos de novo; O renovar do desejo soturno, que devolvia o necessário silêncio, para escrever nas tuas paredes as poesias líricas, que exaltavam o sigiloso sentido que me fazia envolver contigo, terra minha, lavrada da estrumeira dos altos, onde só em ti encontrava a minha saudade...
No recanto sórdido do meu espaço, Guardado de ti, Por toda aquela biblioteca do saber
Favorecias, como parte de ti, a razão do ser que só a mim pertencia... O sofismo que rodavas no pensamento para ser parte da tua projecção no masculino
Seria justo o sufoco, por não quereres ambicionar mais? (Mas que posso, eu, divagar sobre o justo...?)
Bem sei da nossa corcunda agitação. E sei que merecias - talvez também eu merecia...
Descobri todas as questões do ser - ou não, mas ergui-me do meu cadeirão burocrático, por ti e limitaste-me dos numerosos senhores sem razão: Obrigado, Mas não podia, senhora, Ficar apenas erguido, enquanto te deixava Sozinha, sem mim, fazeres o meu puzzle E levares-me o desejo teu (não meu), Febril, orgulhoso, um desejo de fé... de tudo aquilo que querias que fosse por ti
São árduas as linhas que te esboço. É tarde. As palavras escorrem pelos cantos dos olhos; Frias que são, mas justas. Ninguém disse, deusa da fecundidade, que seria fácil, Mas tinha de ser...
Já não têm os números, os rostos, as vivências Mais nada para nos dar, E por isso tu sabes que tenho de partir. Partir sem ti, Como realmente tu e nós queremos, e deixarmos de ser rascunhos de vidas opiadas Pelo negro do que éramos outrora. Mas agora tenho mesmo de partir...
Real Analysis – Differential Calculus III
-
Theorem 65 (Cauchy’s theorem) Let and , continuous such as . If and are
differentiable in and doesn’t vanish in , there exists such as Proof: It is
since i...