No tempo que não podia fazer espera No instante em que diluímos todas as vontades, E partimos...
Nas paredes onde soprava o vento que nos dava o fim das tréguas, Onde gastávamos tudo o que não era em vão e assediávamos o que nos era só a nós, desejado, Só a nós...
Era a soberba que nos cobria como únicos, e na arrogância do toque Que esse tempo jamais poderia levar - Porque tudo era tão real como eu desejara ser, alguma vez, real
E com o gesto provocaste o apagar de todas as minhas vivências, a moral, o simples respeito pelas memórias. Mas continuaria a pedir esmolas ao tempo...
(Não era isso que queria!)
Quis presenciar verdadeiro tempo (aquele que não nos exige as esmolas das lágrimas) e conhecer tudo o que de belo existia, e estavas lá... Insultei os velhos, os doentes, os fracos, a mim próprio Mas descubri-te...
À semelhança d'ontem, também hoje desprezo o tudo - e o nada
Já tive o poder outrora, nestas mãos de poeira... Mas que poder? Que moral há para dizer que tive a força Enquanto descobria a fraqueza que me encobria da luz de todos os fins?!
Desconheço o que é o saber, a fatalidade das ciências que tudo presumem, o futuro, o passado, o presente... Qualquer coisa elas presumem; inúteis as ciências- como o tudo e o nada
(Mas como vou saber eu das ciências, que me fazem perder a cabeça, Se nem eu me conheço a mim?! Mais vale saborear com Baco do que ouvir o conluio dessas profecias...)
Por fim, Revejo-te Lisboa minha A ti e a mim, tão decadentes como sempre... E no alto, em que me fundia contigo, Cidade onde revisito das tuas muralhas e vejo lá ao longe, onde as pessoas já não te pertencem, o meu coração para lá do pôr do sol.
Redigimos letras e futuros e gravámos na memória o cheiro da nossa partida Quando eu era estrangeiro em ti Descia pelo véu do Tejo E partira para o meu destino
Mas que destino é o meu? Nada me prende a nada, nem o meu próprio destino Apenas levo-te a ti, Lisboa minha...
Inúmeras as vezes que corremos atrás das pequenas poças, de água no topo do abismo
E tantas outras foram as vezes que roçamos a pele na perseguição do célebre
E o silêncio meu amor? O Silêncio? O recatado delito Na nossa flutuação
E quando me tornavas sóbrio no seio da tua intimidade? Sim sóbrio- talvez ridículo, no meu mais íntimo do ridículo
Mas porquê contigo? Com essa tua alma efémera? O porquê de todas as memoráveis danças que fazias elevar este poeta - Esta carcaça das letras e dos sentidos
Porquê? Existia algum porquê? Alguma resposta? Talvez haveria - há mas o tempo é doente na resposta
Sei que ia contigo; Ainda vou Vou para aquele, nosso refúgio; Sinto-o contra mim e vejo-te ali Em todos os desejos sobrepostos
Sobre a calçada preta, tu gritavas, e gemias no erotismo do beijo; E quando escapavas, pelo exotismo das ruelas, da poesia do toque todas as verdades piedosas dançavam, e bailavam por entre a valsa do alívio, porque se afastavam de mim as tormentas do ser amado Não por aquilo que esperava-mos eu ser Mas sim, por apesar do que era; E assim Todo este conto que me fazia mendigar era o mais sincero dos diários que fazia exultar o teu, todo, instante
Na génese tertuliana da vida na cidade, onde não podiam pertencer os privados da razão protegidos pelas trincheiras do mito profetizado do proeminente desertor que aspirava ao nada, todo o barafustar pousava no exumar da ideia e extinguia-se no parasitismo da pólis, que louvava o pacial disfarce do bem,
E por momentos, o lavrador ensinava ao aristocrata que o tropel oriundo do adorado sufista intelectual conduzia a toda a pústula da sociedade onde não cabia a elonquência do puritanismo
No Olimpo, onde senhores saboreavam do discurso coerente e manipulavam os gentios no real jogo do xadrez, Constrangiam o defluir do pensador que questionava qualquer metáfora abstracta e que provocava o acordar dos fiéis
O homem, fiel da religião do ressentimento Que desposjava do necessário pensamento Adulterado pela génese filológica dos semideuses confluía para o caminho dos sacrifícios, O caminho dos escravos em direcção à Roma do Nada
Porém, o animal que serenava do ateísmo da palavra, zumbia por entre o iluminismo do pensamento e mantinha-se sóbrio ao assédio do discurso incoerente. Assim ía o pensador do Olimpo, amigo de Narciso, o pensamento que devolvia ao escravo a sua liberdade
Na chegada da insónia, do manco dedilhar do piano do despiciendo acto do destronar da pausa para o condenável concurso do pensar; O devaneio que devolve ao mancebo a diástole da ideia a fuga de toda a ambiguidade do sentir, a diáspora do morganático carácter, da melodia sedenta que cai no esquecimento do pretexto E assim, através da mutilação das duas caras A barca elegia por entre a ortodoxia do rio, e do liberal da imensidade que se perpectuava e latia do rugido dos ventos que laureavam a inocuidade a ingeniudade que bramia da translúcida perífrase numa falhada tentativa de alimentar toda a ignorância das naus que oravam para que a foz fosse o final da filosofia
Com o bafejar do acre, do sedento odor, Que se adensava por entre a meritocracia, Que jaz do terreno murado e adsorvente de capital; Pelo mísero adjectivo que pensava ser todo o expoente máximo da escrita poética resumia-me em voltas num inútil esforço que levava à teológica e rimática prosa, Porque, não queria humilhar a palavra, daqueles que a usam para versar o instante, todo o tosco sentimento que falaciosamente sentiam, numa tentativa desesperada de vangloriar todo o inato toda a rotina do banal que não interessa a alguém nem às senhoras que rugem do decote da palavra; Por isso, cinjo-me à ortodoxia dos deuses, que como eu, respiravam da cigarrilha, do sinónimo do mísero texto prosaico e, que no fim resolviam a busílis de toda a promessa verbal
Encerro-me no sopro da esperada morte, O enclavinhar pelo teu edénico grito A emulação que me carregas em ti Tu, noite, que diariamente te revisito
Eufóricos decadentes que aparentam a força Enquanto resto-me do teu ímpio desprezo Por os que minam a nobreza do teu sossego, Daqueles que ignoram o precioso conselho
Vós, senhora, que docemente trucidas a luz que fustigas o pavoroso "Ai" dos caídos Que tranquilizas o novato que vive no cárcere E libertas o sofoco do desejado libertar da raça
Quero em mim o teu pulsar, o impulsivo pugnar pelo que o é falso, Tu que representas a certa e justa verdade Para os que nao acreditam na hipocrisia do dia
Na esquina da erosiva tremura da débil metáfora que eras do volátil e desmedido pudor que criavas, Não podia tresandar mais do teu culto
Não, não podia... Não podia exceder o triste beijo; Esquecias-te da natureza minha do animal que versava a erótica impressão
Porque da turbulenta e absurda hora nascia a farta e indefida, a rica questão, o cajado que surgia do monte e docemente levava à desejada crispação
A música que entoavas era perfeita Mas escolheste o fácil caminho. Eu fiquei. Fiquei porque preferiste o rotineiro caos enquanto buscava a simples razão
Agora despeço-me por instantes Enquanto vives do tédio do contencioso passado E tu sabes...O poeta que contagia a frase Não é igual ao homem que te traz como despesa
Se soubesses a absoluta proximidade que sinto Aquando te visito a todo o instante Por momentos acreditas? Nesta veracidade que dito? A todo o cenário que crias incessantemente?
Sim acredita...Mas no limiar de toda a meditação No momento em que o tempo exala da razão Eu peço-me desculpa... Tudo porque não te poderia "amar"
Eu não te posso amar...Ninguém pode. Quem to afirma isso mente; Pediria que eu te amasse mais que a mim E isso seria viciar a humana razão
Simultaneamente prostrar-me-ei a ti, ao deus E esperarei por ti, pela moderação do prazer que me translucidavas em ti; e enquanto não chega o diletante momento, digo-te adeus.
Oh imensidade que manejas a cidadela, que guardas sem meandros adversos conselhos que emancipas o desejado éter da razão Embala-me no enleio do teu sossego
Oh azul que ouves o pouso da riqueza, do recosto do enorme génio que descansa dos afeiçoados que veneram o teu esplendor; Vejo esse nosso acre modo de viver...
Oh mar que gritas o ensurdecedor do adeus enquanto caminho no teu delicado adarve Tu que esperas o meu embarque pelo ilustre, Pela acalmia que causas quando te enfureces
Oh enorme lago que desvaneces em mim a tua espuma que fazes relembrar todos os sopros da memória, Deixa sentir o forte, o cruel, o feliz festim Que acalenta comigo o anseio da poderosa mão
Guarda nesse profundo vazio o enorme respeito toda a crispação da esfera do vergonhoso refém que nos prende a vontade do usar do poder, e que entusiasmas até o mais estéril dos homens...
Nesse muro do brilhante granito, Da obsolenta varanda que adormece, Espreito aquele doce e inocente modo... Todo esse retrato a preto e branco
Olho para a gaveta da enorme frase; Nela recordo todo o teu prazer sensual, O encanto da alma, as delícias do coração, O deslumbre da mera desordem que provocavas
Através daquele sorriso que se diluia Recordo agora o tão delicado olhar; Toda aquela esfera de perfeição Que me fazia despeitar do mundano...
Vivo da tua perfeita recordação, Do tão desejado abrir da janela, Da abrastacta e cómoda sensação que me fazia crescer para ti...
Entro como espectador da própria escrita; O instante, a vírgula, toda a sensação Que impõe a representação das horas vagas
Deixo todo o ideal ascético, toda a moral Lutarem pela platónica, subjectiva verdade Enquanto disfruto do prazer do estoicismo; Esta mísera condição de felicidade
Assisto à maestria do infinito movimento O cintilar da tranquilidade da alma, Toda a assimilação da bela, da perfeita dança, leva à dissipada hora do esquecimento
Debruçar-me-ei sobre essa pobre mesa; A interpelação que o tempo me suplica a outras e tão desejadas vivências , O rosto da mera satisfação do poder da enorme rejeição pela vivência mundana, E que só agora o imperativo relógio me abre a porta à cor do feliz silêncio
Tento descobrir o que é este desejo Todo o argumento que desvenda o mistério; basta olhar para o teu pequeno retrato para tremer como um mero inocente da sensação a que chamámos de perfeita
Esta névoa está corrompida pelo sentimento que te apelido; Beija, abraça, sorri-me simplesmente Qualquer pedido parece decadente Mas satisfaz-me esta minha tua necessidade
Deixa-me sentir só mais um instante esse teu justo e sincero olhar Leva-me ao estado em que aguardarei todo o enorme segundo em prazer, Traz contigo a roubada alegria
Traz contigo a minha descoberta O tão enorme desejo de cumplicidade Suporta-me nesse teu doce modo... Faz-me renascer para o teu respeito Para o teu ego, para a tua simplicidade
Insiro-me na metafísica do culto Através da preversão do sacerdote Compro a tão desejada verdade Mas o que é a verdade? É o tal amor escondido no oculto?
Quando o meu Fédon se questiona A que se predestina a vida do Homem Encontro a soberba pretensão do Anticristo O niilismo e o dogma aliam-se Para servir o pequeno deus do homem
Quanto mais me consumo em busca da verdade sinto-me enojado da servidão à fé O Homem tem de sofrer, martirizar-se pois o perfeito ente criado pela rectidão castiga, faz sofrer aquele que se ama a si
O saber, o conhecimento, a leitura batalha para a pobre verdade O dogma enraiza-se na fraca mente Simplesmente o Homem tem de ter a doença para alcançar a mentira da plenitude
Escrevo por entre estes sons De podridão, de angustia, de medo Mas recordando todos aqueles Momentos nossos tão bons
Agora que não há mais esse carinho passarei esta pequena vida sentado Neste estado que me deixa pedrado De não poder seguir o nosso caminho
Esse manto diarimente profetizado pela memória que permaneceu no ar deixou esse estranho ser agoniado Por nao sentir mais o beijo à beira mar
Foi o tudo o que este ente te deu Para tras ficou toda essa cumplicidade que outrora me trouxe felicidade Mas que agora simplesmente morreu
Aguardarei a tua chegada, essa novidade Porque so eu vacilarei por esses momentos que tornaram o nao vivido em tormentos E renunciarei por ti amor, à fama e à criatividade
Tu...Ser imperfeitamente perfeito Retrato de um rosto metafísico, transcendente Onde nem o mais profundo pensamento filosófico penetra Um delinear de traços, uma suave pele Um amor por ti diletante
Amar? Palavra que o passado faz relembrar Uma quimera e uma utopia no presente Uma realidade esperada amanhã
Amar depois de Amar Uma impossibilidade possível Um sentimento por ti platónico Tornado real
Tu... Mostras-me o amar A angústia, a insegurança, o medo que me apertava o coração quando Por entre os vidros do meu insconsciente nao te via a meu lado
Porque tu... tu és a minha fonte hedonista um prazer intenso, mas suave Um girar num turbilhão de sentimentos Em que todos os instantes que são gastos longe de ti são desperdicados
"Amo-te" Talvez a expressao mais difícil de dizer Mas que contigo tudo é fácil
Mas tu...tu percebes? Tu não és apenas o meu consolo Tu és o complexo labirinto Onde a cada canto aprendo-te
Tu..Será que percebes? A ferida que nao sara por não deixar de pensar em ti
Nesta náusea em que apodreço Ou melhor apodrecemos Ficam estas as palavras Que ditam as nossas regras: Amo-te
Real Analysis – Differential Calculus III
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Theorem 65 (Cauchy’s theorem) Let and , continuous such as . If and are
differentiable in and doesn’t vanish in , there exists such as Proof: It is
since i...